Sobre educação e incongruências.

Atualizado em 30/01/2017
Por Carlos Lima

Sobre educação e incongruências.

Atualizado em 30/01/2017
Por Carlos Lima

Premissa básica de educadores (pai, mãe, adulto responsável) saudáveis mentalmente é a de querer o melhor para seus educandos. Venho observando ao longo destes vários anos de exercício profissional comportamentos diversos nesta direção, com consequências bem distintas para aqueles que estão sendo educados. Cabe ressaltar aqui minha crença de que aprendizado ocorre durante toda a vida, costumo até dizer que o nosso último é a morte. Desta forma espero ser útil para todos, independente da condição formal de educadores, pais, parentes, profissionais da área.
Quem educa deseja de fato formar pessoas com recursos, autoconfiantes, libertos, com autoestima elevada e uma série de outros atributos mais específicos. Para isto é essencial que haja congruência entre palavra e gesto, ação e argumento, do contrário o risco de confusão e insegurança para os educandos pode tornar-se gigantesco. Na prática falo em ônus e bônus, rigidez e flexibilidade, aprisionamento e liberdade, recursos e limitações. As incongruências confundem e desnorteiam.
Cena comum de incongruência é quando a criança se depara com o pai ou a mãe chorando, visivelmente entristecido e ao questionar se está tudo bem, ou o que aconteceu, o adulto responde que está tudo bem e dá uma “desculpa esfarrapada” do tipo “foi um cisco que caiu no meu olho”. Aprendizados de risco para esta criança: esconda suas emoções, minta e omita. Que tal conversar sobre emoções naturalmente?
O famigerado “engole o choro”, que normalmente é dito de forma estridente, em voz alta e ameaçadora. Lágrimas, além da função fisiológica de lubrificar os olhos, também podem representar insegurança, desconforto, tristeza, desespero, medo e também, é claro, alegria, alívio, excitação e grande prazer. Ocorre que nestas últimas condições, as de recurso, os adultos não mandam engolir o choro, ao contrário, muitas vezes até choram juntos. O aprendizado é o de que chorar de alegria é bem-vindo, de tristeza é inaceitável. Caramba, isto quer dizer então que eu não posso ter medo, sentir-me inseguro, desapontado ou decepcionado com o que quer que seja? “Tá legal, farei um treinamento para tornar-me robô!” Ouça, avalie e ajude.
Criança correndo, brincando em ambiente público, cheio de gente no entorno e então leva aquele tombaço e fica estatelado no chão. O adulto aproxima-se puxa a criança pelo braço e sapeca o “não foi nada”. Hoje, me colocando no lugar da criança, talvez dissesse para aquele adulto: “pera lá, estou aqui caído, ralado, dolorido, chateado porque caí, pagando o maior mico e você me diz que não foi nada? Tem que ter fratura exposta para você considerar o meu desconforto?” Cheque se está tudo bem e valorize o poder de superação desta criança, isto é ser congruente.
Leitores, nada é mais incongruente que os rótulos. COMO ISTO ME ENOJA! Dizer que a criança é tímida, insegura, estressada, ansiosa, distraída, desajeitada, burra, bagunceira, desfocada, desorganizada e por aí vai. Ainda pior e quase criminoso é dizer isto para a criança. Falamos de um ser humano inteiro, com 86 bilhões de neurônios, um organismo absolutamente complexo e sofisticado, dotado de um número infinito de recursos e tudo isto é reduzido a um rótulo? Comportamentos são micro fragmentos de nossa existência, nós os temos aos milhões, nos mais diversos contextos, portanto não há ser humano tímido ou ansioso ou o que quer que seja. Podemos estar desajeitados, desatentos, estressados, etc…SER é muitíssimo diferente de ESTAR. Ser é pleno, estar é transitório!
Então esta criança vai crescendo com esta pecha e apresenta as mais diversas dificuldades nos mais variados ambientes, escolar, social, familiar e o tal educador incongruente contrata terapeutas, professores particulares que por 6, 8, 10 horas por semana estimulam o educando a confiar em si mesmo e em suas potencialidades, enquanto durante todo o tempo restante o educador original reforça as limitações e continua tratando o educando com os tais rótulos. Batalha árdua, cara e difícil, ou como diria meu pai, exímio educador: “luta inglória, eles de raio laser e nós de atiradeira!”
De outro jeito, ajude-nos a ajudar seus filhos, seja congruente!

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Carlos Lima, aqui no Blog.
Médico pela UFMG (1984), especialista em Psicoterapias Breves, Hipnose Ericksoniana, mais de 7400 pessoas atendidas em consultório, em pelo menos 50 mil horas de trabalho. Trainer in NLP (Neurolinguistic Programming), tendo ministrado mais de 20.000 entre palestras e treinamentos comportamentais em mais de 250 empresas de diversos portes e áreas de atuação.

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