“E o pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar.” (Lupicínio Rodrigues)
Todos nós já percebemos que existe uma relação estreita entre pensamentos, sentimentos e produtividade. Quando vivemos situações de poucos recursos emocionais frequentemente nos pegamos em pensamentos igualmente limitantes, que provocam emoções de baixo recurso, com pensamentos ainda piores e assim sucessivamente, gerando o que chamo de “espiral viciosa”, um estado mental que nos emperra, nos prende e compromete nossa produtividade em todas as áreas, laboral, intelectual, emocional e social. Da mesma forma, esta espiral pode ter início nos pensamentos limitantes.
Em psicoterapia, independente da tecnologia usada, e esta é uma área em que felizmente dispomos de profissionais de altíssima qualidade, há um número importante de técnicas e abordagens que interferem nesta espiral e nos ajuda a reverter o quadro mental limitante, nos conduzindo a uma “espiral virtuosa”, que é exatamente oposta, gerando recursos, satisfações e produtividade.
O pensamento na verdade é uma “conversa” que temos com nós mesmos, com um grande número de funções, lembrar ou imaginar situações, fazer raciocínios lógicos, determinar objetivos, avaliar nossos comportamentos, celebrar conquistas e assim por diante. Rotineiramente nos pegamos inventariando nossos comportamentos, habilidades, nossa história, o que fizemos ou deixamos de fazer. Com alguma frequência, nos avaliamos de forma ríspida e crítica, nos acusamos, julgamos, condenamos, lamuriamos e iniciamos a tal “espiral viciosa”, com consequências muitas vezes desastrosas, nos trazendo sofrimentos.
Há de se ter cuidado com algumas propostas que nos são feitas e que acabam diminuindo ainda mais nossa autoestima e nossa percepção de competência, coisas do tipo “pare de pensar nisto”, “seja otimista”, “pense positivo”, “mude o foco”, e assim por diante. Não há como “parar de pensar”, somos animais racionais e isto nos distingue dos demais.
Cada um de nós pensa como aprendeu a pensar, simples assim e a melhor forma de interferirmos na tal “espiral viciosa” é admitirmos que ela esteja lá, no nosso cérebro, com maior ou menor frequência e que podemos utilizar outros caminhos e a partir daí gerarmos a “espiral virtuosa”.
Pensando nisto, criei o “Modelo de OURO (Ouvir, Utilizar, Responder, Orientar) do pensamento produtivo”, simples, objetivo, testado e funcional centenas de vezes com um grande número de pessoas. Espero que lhe seja útil e a todos os profissionais que queiram utilizá-lo.
Ouvir (passo um).
Quando estamos conversando com nós mesmos de forma limitante, falamos continuamente, praticamente sem perceber o que estamos dizendo, o sentimento de desconforto vai se sobressaindo às palavras e potencializando o falatório.
Pare tudo, dê atenção ao que você está dizendo para si mesmo, ouça como quem está curioso e interessado, seja lá o que for, desde pequenos lamentos até autoacusações severas. Não discuta com a voz, apenas escute. Permita-se praticar este passo o mais naturalmente que você puder. Nossa percepção sensorial vai ficando mais apurada à medida que a praticamos.
Utilizar (passo dois).
Lembre-se que nenhum de nós nasceu falando, portanto tudo o que dizemos para os outros e para nós mesmos foi aprendido durante nossa educação, o que significa que recebemos esta mensagem de algum adulto que participa ou participou de nossos aprendizados, independente de quem seja, que na maioria das vezes estava bem intencionado, que poderia ter limitações ou crenças de que a melhor forma de educar foi a que ele (a) fez. Respeitar as limitações das pessoas é essencial para termos qualidade de vida. Não é necessário identificar de quem é a voz, apesar de algumas vezes isto ficar bem óbvio para você.
Experimente ser gentil e compreensivo com o suposto autor daquele pensamento ou da mensagem que te fez sentir limitado, de algum jeito desrespeitado. Retire daquilo que você ouviu, mesmo que você não se lembre do momento em que isto aconteceu, todos os aprendizados de recurso que isto pode ter te propiciado.
Responder (passo três).
Tendo reconhecido que aquele diálogo interno teve origem em alguém de sua referência, que tinha boas intenções para com você ou limitações pessoais (como todos nós), tendo retirado os aprendizados daquela situação constrangedora ou limitante, é hora de você responder a si mesmo que há alternativas para obter os mesmos resultados, que as falas internas podem ser mais gentis consigo mesmo e propiciarem os mesmos ganhos e aprendizados.
Orientar (passo quatro).
Agora sim, permita-se alterar o foco da sua conversa interior. Faça isto tranquilamente, reconheça que suas características existenciais são boas, fale a você mesmo das suas inúmeras habilidades e competências, sobre o gigantesco número de realizações que você já fez em sua vida, celebre suas conquistas. Pensamentos de recurso, produtivos, em direção à “espiral virtuosa” e aumento na qualidade de vida.
Conheça o Tripé da PNL® e aprenda de forma simples e fácil como aplicar PNL em seus relacionamentos interpessoais. O curso online PNL Para Iniciantes é ideal para você que busca uma introdução ao maravilhoso mundo da Programação Neurolinguistica Saiba mais aqui!