Penso que se já não vi e ouvi de tudo sobre o perdão no exercício da minha atividade, com certeza já percebi o bastante do quanto confusas ficam as pessoas diante de situações em que se percebem com o desejo e, porque não, a necessidade de perdoar.
Muitas vezes os maiores abismos que enfrentamos, diante de comportamentos e pensamentos desejados ou demandados, nos mais diversos contextos, decorrem principalmente da enorme confusão que fazemos entre termo e conceito.
Os termos estão aí, todos com uma dada ideia conceitual, originalmente aplicado a uma intenção, necessidade. Conhecer esta origem, o conceito que gerou o termo, pode nos ajudar em muito a gerar conforto para nós mesmos, nossos pensamentos e comportamentos.
Em outras palavras, é a partir de conceitos que nascem os termos, que muitas vezes vão se distorcendo ao longo do tempo, das experiências e opiniões das pessoas. Estes termos vão sendo incorporados desta forma, distorcidos, e as consequências para o organismo podem ser desastrosas.
Como disse no início, já ouvi de tudo, desde “não sou capaz de perdoar” até “perdoar é ceder”, ou “perdoar é fazer papel de bobo”. O interessante e contraditório é que estas pessoas algumas vezes encontram-se em terapia exatamente pelo sofrimento que vivem a partir destas convicções distorcidas. Percebem-se alteradas, estressadas, enraivecidas, com perdas em sua qualidade de vida.
Na prática, quando conseguimos passar o conceito original para a pessoa, e esta de fato o internaliza o que obtemos é uma saudável e agradável melhora interna e recuperação, independente do método terapêutico utilizado.
Perdoar tem sua origem no Latim, perdonare, de per-, “para”, e donare, “dar, entregar, doar”. De um jeito mais simples então, “perdoar” é o mesmo que “para doar”, em parte ou no todo.
Ora, é improvável que qualquer um de nós consiga doar algo que não temos, então, bem antes de tentar doar alguma coisa a alguém, doe primeiro a você, até que se sinta suficientemente abastecido, para só então doar ao outro.
Há algum tempo conheci uma estratégia que facilitou em muito minhas relações comigo mesmo e com as pessoas. Venho praticando-a com frequência e utilizo-a com meus clientes e amigos, quando há abertura, claro.
Volte para dentro de você mesmo, busque o fato ou fatos que te levaram a nutrir sentimentos indesejados, os que te fazem sofrer, remoer ideias, irritar-se, angustiar-se em relação àquela ou àquelas pessoas.
Diga mentalmente para você mesmo: “Eu me perdoo, porque eu não te perdoo fulano, porque você fez tal gesto ou tal atitude naquele episódio específico”.
Como exemplo no meu caso: “Eu me perdoo, porque eu não te perdoo meu irmão, porque na noite de Natal, você me fez passar vergonha.”
Faça isto algumas vezes, tantas quantas necessárias. Faça de vez em quando ou insistentemente, isto é com você. Utilize o tempo que você desejar para isto, dias, semanas, até que você comece a experimentar conforto. No meu caso, sei que está ficando confortável quando a lembrança da situação começa a ficar hilária, divertida.
Estando já neste estado confortável vá para a segunda etapa do perdoar. Também internamente diga a você: “Eu te perdoo fulano, porque você fez tal gesto ou tal atitude naquele episódio específico”.
No meu exemplo: “Eu te perdoo meu irmão, porque na noite de Natal, você me fez passar vergonha.”
Igualmente repita a idéia na sua mente até que você perceba que tudo aquilo já não tem tanta importância mais.
No meu caso, veio uma vontade agradável de telefonar para o meu irmão para colocarmos os assuntos em dia.
Bom proveito e, em tempo: “Eu me perdoo, porque eu não te perdoo, caso você não goste do texto.”
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