Relações interpessoais com foco em resultados.

Atualizado em 19/12/2016
Por Carlos Lima

Relações interpessoais com foco em resultados.

Atualizado em 19/12/2016
Por Carlos Lima

Quatro mães reunidas conversam animadamente sobre como fazem para estimular seus filhos pequenos, entre 5 e 7 anos a comer verduras e legumes.

A primeira, de jeito firme diz que aprendeu que não tem esta história da criança querer ou não querer, que foi assim que ela aprendeu e é assim que ela ensina:
– Preste atenção menino, você só come a sobremesa se comer primeiro os legumes e verduras.
Segundo ela a criança sempre a obedece, porém quando estão em um ambiente em que ela não pode “ralhar” com a criança, ou ainda quando não está presente, a criança jamais come verduras ou legumes.

Este é um típico comportamento de cobrança com ameaça e convenhamos, alguma humilhação. Entre adultos, no trabalho, por exemplo, a pessoa que é humilhada tende a um comportamento “vingativo”, às vezes agressivo e o que é mais grave: a maioria das sabotagens, acidentes e erros ocorrem inconscientemente em decorrência desta situação de mal estar. Observe que quando somos humilhados, ameaçados, desrespeitados, ficamos “conversando com nós mesmos”. Neste momento, ficamos focados em avaliar a situação internamente, prestando atenção nos pensamentos, no desconforto que estamos sentindo, enfim, acabamos por não prestar a devida atenção ao que estamos fazendo e aí ocorrem os acidentes, erros, prejuízos.

A segunda mãe afirma que a estratégia dela parece bem mais eficiente. Afinal ela considera que o filho é “apenas uma criança”, e que é preciso estimular mais, coitadinho. Então o que ela faz é:
– Filhinho, se você comer os legumes e as verduras, a mamãe te dá uma gostosa sobremesa!
Ela conta que o problema é que quando não tem sobremesa, a criança não come legumes nem verduras.

Este é o comportamento de premiação. A criança só fará o certo se for premiada. Se não houver o prêmio, não há comportamento. Costumo chamar de “prostituição comportamental”. Isto mesmo, entre adultos, este tipo de prática se assemelha muito à segunda mais antiga das profissões. Quando conseguimos resultados baseados apenas em premiações, criamos a expectativa de receber “algo mais” pelo que for feito. Existem consequências graves para isto. A primeira é que nos obrigamos a premiar sempre ou não teremos resultados. A segunda é que o indivíduo habituado ao prêmio corre o risco de não progredir, porque na verdade o foco, num grande número de vezes é o prêmio e não resultado. O esforço ocorre porque ele sabe que há um prêmio no final da história.

Mais grave ainda é quando algo que não estava nos planos impede a premiação prometida. Aí ocorre como nas corridas de cachorro em que os animais perseguem um coelho mecânico. Eles jamais irão alcançá-lo e, se por acaso alcançarem, não vai adiantar nada: coelho mecânico não mata a fome!

Já a terceira mãe se mostra um pouco apreensiva e explicita seu método:
– Meu filho, sabe aquele vizinho que é mais forte que você? Pois bem ele come verduras e legumes. Do mesmo jeito que seu primo e seu colega de turma!
Ela diz que não entende porque a criança anda tão abatida, que ela pensa em levá-lo ao médico porque está achando a criança deprimida e não vê nenhum motivo para isto.

Desastre. Comportamento de comparação. Cada ser humano é único e quando é comparado com outra pessoa percebe-se inadequado. Tanto faz se a comparação o elege como melhor ou pior, o que vem é um enorme sentimento de inadequação. Imagine as cenas de uma criança brincando com outras e alguém diz que os outros são mais pobres, por exemplo, que ele, ou que os outros são mais ricos que ele. Pronto. Nos dois casos a probabilidade desta criança perceber-se inadequada está sendo instalada.
Por outro lado a comparação intrapessoal evolutiva é sempre bem-vinda, o que nos leva à postura da quarta mãe.

A quarta mãe, tranquila, observadora, ouve as três anteriores e fica meio espantada. Afirma que nunca teve este tipo de problema, que desde o princípio, quando a criança come verduras e legumes, ela faz uma “festa”.
– Parabéns filho, você está comendo algo que é muito bom para a sua vida.
Ela ainda insiste, que todo comportamento adequado que o filho faz é celebrado, estimulado e comemorado, e que a criança, em qualquer ambiente, comporta-se de forma segura, tranquila, descontraída e ordeira, tendo plena noção de respeito aos semelhantes. Quando deseja come verduras e quando não deseja não come, flexível como deve ser a vida

Este é o comportamento da celebração. Isto diz respeito à educação segura, confiante e moral das pessoas. Na celebração não é proibido premiar. Isto pode acontecer, além dos elogios, vez por outra, dar algum presente como reconhecimento do esforço, sem que isto seja prometido. Na verdade, quando se celebra, valoriza-se o esforço, o crescimento, a disposição, a intenção do resultado.

Muito importante: valorizar o excepcional é muito fácil, reconhecer as proezas de um campeão mundial de fórmula 1 é muito óbvio. O esperado, para se ter pessoas de boa índole, confiantes e que queiram crescer, é praticar a celebração diante dos pequenos gestos, no cotidiano. Celebrar os comportamentos de resultado daquele a quem você está educando.

Em minha experiência de consultório, tenho tratado de muitos adultos com grande grau de angústia, decorrente de uma educação em que receber prêmios foi a tônica, e, por outro lado, há aqueles com grandes graus de stress e ansiedade, além de insegurança, decorrentes de uma educação ameaçadora e comparativa.

Se há uma regra? Valorize os acertos para que os educandos queiram corrigir os erros!

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Carlos Lima, aqui no Blog.
Médico pela UFMG (1984), especialista em Psicoterapias Breves, Hipnose Ericksoniana, mais de 7400 pessoas atendidas em consultório, em pelo menos 50 mil horas de trabalho. Trainer in NLP (Neurolinguistic Programming), tendo ministrado mais de 20.000 entre palestras e treinamentos comportamentais em mais de 250 empresas de diversos portes e áreas de atuação.

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